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A música sempre esteve presente nas diversas relações sociais, povos e culturas, desde os primórdios da humanidade, não se conhecendo agrupamento social que não tenha sua própria manifestação daquilo que conhecemos por música. Essa arte, cujo nome advém da expressão grega musiké téchne, a arte das musas, fez e faz parte das liturgias religiosas, do entretenimento e do conhecimento humano. E hoje se sabe, através de estudos relacionados à cognição musical, do desenvolvimento mental e motor que essa arte traz, além de potencializar competências e habilidades inerentes a outra dimensão do sujeito que a aprende. Um ensino preocupado com a formação integral do indivíduo, também se preocupa com o ensino de música, ou seja, com aquilo que é motor, cultural, social, espacial e mental. Portanto, estudar música implica benefícios para além dela, como o grande prazer e bem-estar que ela gera através de liberação de endorfina e dopamina, o aprimoramento das funções executivas no córtex pré-frontal, a propriocepção do córtex pré-motor, o aumento da comunicação entre os hemisférios cerebrais com a densificação do corpo caloso etc. Para a formação das redes neurais é preciso que haja repetição, na música acontece o mesmo, sendo assim, uma das principais demandas do professor é conseguir fazer com que as repetições não assim pareçam, seja dando roupagens diferentes a um mesmo exercício, seja criando propostas diferentes para um mesmo movimento. Nossas propostas partem do princípio afetivo, apontado por Wallon e comprovado pela neurociência atual, de que o afeto é primordial para o aprendizado. Sendo assim, nossas propostas pedagógicas são sempre pensadas para serem agradáveis, porém, cientificamente embasadas, seja tocando, escutando, compondo, refletindo, em suma, musicando (musicar é o ato de fazer qualquer coisa relacionada à música, cunhado por Christoph Small). A Cognição Musical é uma área de estudo que investiga como as pessoas adquirem, processam e utilizam informações musicais. A partir dessa perspectiva, é possível compreender melhor como a música é aprendida e como os indivíduos se comportam em relação a ela. No entanto, é importante destacar que a Cognição Musical não é a única área de estudo a ser considerada no ensino e na aprendizagem da música. A Educação Musical também deve ser considerada, uma vez que envolve aspectos como a formação do 4 professor, a metodologia de ensino, a infraestrutura escolar, o apoio da família e da comunidade, entre outros. Embora a compreensão dos processos cognitivos seja fundamental para o ensino efetivo da música, é necessário considerar todos os aspectos que influenciam a aprendizagem musical, a fim de proporcionar um ambiente de ensino adequado e eficiente. Compreender a Cognição Musical é um aspecto importante, mas não é suficiente para garantir a excelência no ensino e na aprendizagem da música. Por mais que existam benefícios futuros no aprendizado musical, seja por uma evolução técnica de repertório, seja por benefícios neurais colaterais, os momentos de aprendizado durante as aulas são um fim em si mesmo. É nesse contexto que entra o docente, como mediador do processo de aprendizagem, transpondo o mundo complexo da música para uma linguagem acessível, observando que o educando também possui um repertório musical que pode ser a chave para um aprofundamento das questões práticas e teóricas que essa arte traz consigo. Portanto, ensinar e aprender música é ir em direção a uma completude do ser.

Idealização Alexandre Ribeiro

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